terça-feira, 4 de julho de 2017

Um único carrapato pode colocar uma pessoa em risco de, no mínimo, seis doenças diferentes

O carrapato, é uma criatura fascinante, mas muito desagradável, e sua população não para de aumentar.

Esses pequenos artrópodes transportam a doença de Lyme – uma doença grave, muito associada a eles, mas certamente não a única.

“As pessoas realmente precisam estar cientes de que a doença de Lyme não é o único patógeno que o carrapato pode transportar – há muitos deles, incluindo talvez alguns que ainda nem descobrimos”, disse Rafal Tokarz, um pesquisador e cientista da Columbia University’s Mailman School of Public Health.

O carrapato de veado, até onde sabemos no momento, transporta mais doenças do que qualquer outro carrapato. Além disso, “eles têm aumentado sua população enormemente nos últimos trinta anos”, afirma Durland Fish, professor emérito de epidemiologia da Yale School of Public Health. Até o início dos anos 70, a existência do carrapato era desconhecida fora da região nordeste dos Estados Unidos, mas hoje, ele também pode ser encontrado nas regiões norte, sul e oeste.
E as doenças que esse carrapato transporta são muito sérias:
  1. A doença de Lyme, que é transmitida por carrapatos infectados com a bactéria Borrelia burgdorferi, infecta cerca de 300.000 americanos todos os anos. Ela pode ser tratada com antibióticos, caso seja diagnosticada precocemente, mas pode causar inflamações graves, dores nos nervos e nas articulações, e outros sintomas.
  2. Quando as pessoas são infectadas pela babesiose, os parasitas atacam e destroem os glóbulos vermelhos. Nem todos os casos apresentam sintomas, o que pode ser fatal para alguns pacientes. “É como uma malária transmitida por carrapatos”, diz Fish, e é o mais perigoso agente contaminador de bancos de sangue hoje em dia, ele afirma.
  3. A anaplasmose é espalhada por outra bactéria transportada pelos carrapatos de veado. A doença geralmente aparece uma ou duas semanas após a picada e pode causar febre, dores de cabeça, náusea e mal estar, entre outros sintomas. Caso não seja tratada, essa doença pode causar hemorragia, insuficiência renal e, até para uma pequena fração dos pacientes saudáveis, pode ser potencialmente fatal.
 
Os carrapatos também podem espalhar a bactéria Borrelia miyamotoi. Segundo Fish ela é parecida com a que causa a doença de Lyme. Os sintomas incluem dores de cabeça, fadiga, febre, calafrios e dores nas articulações.
 
Uma descoberta relativamente recente mostrou que os ‘carrapatos de veado’ e os ‘carrapatos estrela solitária’ porem transportar a erliquiose, causada por uma bactéria da mesma família da que é responsável pela febre maculosa. Os sintomas são parecidos com os de uma gripe.
 
O vírus powassanjá foi descoberto há um tempo, mas tem recebido mais atenção recentemente, especialmente depois que o carrapato de veado (que frequentemente morde humanos) começou a espalhá-lo. Os carrapatos que transmitiam o vírus nos primeiros casos relatados, lá pela década de 50, raramente mordiam pessoas. Ao contrário da doença de Lyme, que pode demorar horas ou até mesmo dias após uma mordida para aparecer, a infecção causada pelo virus Powassan pode ocorrer em menos de 15 minutos. Nem todo mundo que é mordido por um carrapato infectado adoece, mas quando acontece, não há tratamento. Ainda que não haja muitos casos confirmados, Fish diz que há uma chance de 50% de dano neurológico permanente e 10% de chance de morte.

Devido a essa enorme variedade de patógenos, os médicos geralmente não sabem o que procurar. Pior ainda, “os carrapatos costumam estar infectados com mais de um patógeno”, diz Tokarz. Isso é especialmente verdade em determinados locais, como em Long Island. Uma mordida pode transmitir tanto a doença de Lyme como babesiose, doenças que normalmente seriam tratadas de maneira bem diferente.

Também é possível que tendo duas ou mais doenças, isso mudaria a forma com que a doença se manifesta. “Ainda não sabemos se a coinfecção agrava uma doença ou se isso não faz diferença”, diz Tokarz. “Até o momento, os estudos foram inconclusivos”.

Infelizmente, não há uma forma de controlar os carrapatos e deter o aumento da população, o que fará mais e mais pessoas adoecerem.
Nos lugares onde as pessoas correm mais riscos de pegar um carrapato, “este é um problema muito grave, mas a única coisa que pode ser feita é educar as pessoas sobre o risco de entrar em contato com carrapatos”, diz Tokarz.

Caso haja um carrapato em você, retire-o imediatamente – não se preocupe com a lenda sobre a necessidade de queimá-los. Caso esteja caminhando ou passando algum tempo em um local onde carrapatos são comuns, proteja-se. Use roupas com repelentes, feitas para atividades ao ar livre, ou repelentes que contenham o químico DEET.


Kevin Loria
 Fonte: Yahoo

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