terça-feira, 19 de abril de 2022

O que são e como operam as quadrilhas do chamado “novo cangaço”






Na noite de domingo (17), um grupo de pelo menos 30 pessoas fortemente armadas invadiu a cidade de Guarapuava, no interior do Paraná, e tentou roubar a transportadora de valores Protege.

A quadrilha incendiou caminhões na rodovia que dá acesso à cidade e atacou um batalhão da Polícia Militar, em uma tentativa de dificultar a ação das autoridades.

Crimes semelhantes – praticados durante a noite ou madrugada, em que um grupo cerca uma cidade, geralmente no interior dos estados, e rouba grandes quantidades de dinheiro – costumam ser chamados de “novo cangaço”.

Segundo o especialista em Segurança Pública e professor da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), Rafael Alcadipani, o termo faz referência a “ações em que há tentativa de domínio de uma cidade inteira para que os criminosos tentem extrair vultuosos volumes de agências bancárias”.

No caso de Guarapuava, os criminosos não conseguiram acessar o cofre da empresa, de acordo com um comunicado divulgado à imprensa. Cerca de 200 policiais continuam as buscas pelos responsáveis na zona rural da cidade, afirmou o prefeito da cidade, Celso Fernando Góes, em entrevista à CNN.

Após o ataque, os agentes de segurança iniciaram um plano de contingência, fechando as entradas e saídas da cidade, segundo informações da prefeitura e da Polícia Militar. Até o momento, doze veículos utilizados na tentativa de assalto foram localizados.

No final da tarde desta segunda (18), as forças de segurança confirmaram que o primeiro suspeito foi preso. O homem, que mora na cidade, teria ajudado no fornecimento de armas.

Popularização do termo

Ainda na década de 1990, cidades interioranas de estados do Norte e do Nordeste começaram a sofrer ataques que se enquadram nas táticas do novo cangaço. No Sudeste, ações semelhantes surgiram há alguns anos.

Entre 2020 e 2021, quatro cidades paulistas foram atacadas de modo semelhante: Botucatu, Araraquara, Mococa, e Araçatuba.

O analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Guaracy Mingardi, explica que os assaltos costumam ser muito bem planejados, além de contar com armas potentes e, muitas vezes, superiores às utilizadas pelas forças policiais de cidades médias e pequenas.

Os bandos geralmente utilizam metralhadoras, fuzis, explosivos e veículos blindados. Munidos desses armamentos, impedem uma reação da polícia e se concentram, principalmente, em roubar agências bancárias ou transportadoras de valores.


Fonte: CNN


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