A foto acima não foi feita em Caicó mas serve para ilustrar muito bem o
atual momento de dificuldade pelo qual passam os policiais que pertencem
ao 6º BPM, responsável pela segurança ostensiva de mais de 20 cidades
no Seridó. A crise de falta de recursos e de estrutura no 6º BPM, não é
coisa nova, nem começou com a recente contenção de gastos implementada
por Rosalba semana passada.
No dia 31 de janeiro deste ano, o batalhão sofreu uma visita da
viigilância sanitária em Caicó, que ameaçou inclusive interditar o
prédio, mas de lá pra cá pouco ou quase nada foi feito. Os banheiros
continuam precários,o rancho está em condições insalubres. Dos 50
colchões rasgados e imundos encontrados pela equipe de inspeção só 10
foram trocados.Todas estas exigências feitas pela Vigilância Sanitária
em janeiro não foram solucionadas e já se passaram mais de seis meses
desde a realização da visita.
Desde domingo, (04), as guarnições de serviço do 6º BPM estão sendo
obrigadas a ir almoçar em casa por falta de comida no batalhão. "Antes
já estava ruim, porque com a crise, a comida que era destinada a um
homem tinha que dá pra dois. Agora acabou tudo". Os companheiros de
serviço que moram fora de Caicó têm que almoçar na casa de um colega ou
pagar a própria refeição, disse um policial.
Ele também reclama da falta de material de limpeza, de fardas e de
manutenção de viaturas. "Faz três anos que não sabemos o que é material
de limpeza por aqui. Nos limitamos apenas a apanhar o lixo". As viaturas
estão sem manutenção por falta de pagamento à empresa. O veículo do GTO
que capotou quando perseguia assaltantes de banco o mês passado, ainda
está sem substituto.Quanto as fardas, faz três anos que não recebemos
nova, ressaltou o militar.
Mesmo com o abandono de um governo que investe 16 milhões por ano em
propaganda e bem menos que isso em segurança, os policiais tentam fazer a
sua parte.
"Mesmo com todos estes problemas, saio de casa para o serviço com a
convicção de que trabalho para proteger a sociedade na qual está
inserida inclusive minha própria família. Tento não pensar em tanta
coisa errada e faço meu trabalho tendo como meta evitar que a bandidagem
se aproveite dessa falta de estrutura para roubar, enganar ou até matar
pessoas de bem de Caicó. O sangue de policial corre em minhas veias e
não me deixo abalar pelo abandono pelo qual passamos. Muito mais
importante que isso é chegar em casa, abraçar a família e ter a sensação
de dever cumprido, rezando para quem sabe um dia esse caos termine", encerrou o militar, que não quis se identificar.
Fonte: V&C
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