Na região Nordeste, a estação chuvosa vai de maio a julho. Em 2018,
porém, o volume de chuvas entre Sergipe e o Rio Grande do Norte deve
ficar abaixo da média histórica. A conclusão é do Grupo de Trabalho em
Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (GTPCS/MCTIC).
A climatologista Renata Tedeschi, do Centro de Previsão Climática do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe), explicou que a
redução no volume de chuvas deve-se ao enfraquecimento do fenômeno La
Niña, caracterizado pelo resfriamento da superfície das águas do Oceano
Pacífico. Quando esse episódio é de alta intensidade, chove mais na
região.
“Durante os anos de La Niña, esperamos chuvas acima da média. E não
foi o que aconteceu agora. Com esse fenômeno sendo de fraca intensidade,
não atinge o Nordeste. Por isso, a tendência é que tenhamos
precipitações abaixo da média no próximo trimestre”, afirmou.
No semiárido, pelo sétimo ano consecutivo, choveu menos do que o
esperado nos primeiros meses do ano, que são, geralmente, marcados por
precipitações na região. A situação prejudicou o abastecimento de água
para consumo humano e para atividades agropecuárias.
Segundo a Previsão Climática Sazonal, os maiores impactos foram em
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. “Esse é o sétimo ano
de seca no semiárido e é preocupante, porque a população sempre espera a
estação chuvosa para normalizar. Como os reservatórios já estão
operando em um nível baixo, essa situação tende a ficar mais crítica com
a chegada da estação seca”, observou Renata Tedeschi. Por outro lado,
entre o Amazonas e o Pará, a previsão é de chuva acima da média nos
próximos meses. O mesmo deve ocorrer na região Sul.
Inverno
A Previsão Climática Sazonal indica ainda que as temperaturas em todo
o país devem ficar dentro da média histórica, com alternância de
períodos mais frios e mais quentes, característicos do outono. A
tendência é que os termômetros caiam com a chegada do inverno, que
começa em 21 de junho.
Segundo Renata Tedeschi, os modelos climatológicos analisados pelos
especialistas do GTPCS não indicam que a próxima estação será mais
rigorosa. Contudo, ela ressalta que a ação de massas de ar polar pode
derrubar os termômetros.
“Quando falamos em inverno mais frio, falamos da média dos três
meses. Se tivermos a entrada de uma frente fria muito intensa, é natural
que as temperaturas caiam, mas isso não significa, necessariamente, que
teremos um inverno rigoroso. Nenhum dos nossos modelos indica que isso
possa acontecer”, disse a climatologista do CPTEC.
Fonte: Via Marcos Dantas
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