Conheça um pouco da história dos mártires de Cunhaú e Uruaçu
Desde
2007, o dia 03 de outubro é conhecido oficialmente como dedicado aos
mártires de Cunhaú e Uruaçú, e em virtude disso, é considerado feriado
estadual, de acordo com a lei nº 8.913, de 6 de dezembro de 2006.
História
Em
16 de junho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram
cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os
fiéis estavam participando da missa dominical, na Capela de Nossa
Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú – no município de Canguaretama
(RN). O que motivou a chacina? A intolerância calvinista dos invasores
que não admitiam a prática da religião católica: isso custou-lhes a
própria vida.
A chacina de Cunhaú
O
movimento de insurreição contra o domínio holandês começou em
Pernambuco, mas, na capitania do Rio Grande do Norte, tudo parecia
normal. Bastou, porém, a presença de uma só pessoa para que o clima se
tornasse tenso: Jacó Rabe, um alemão a serviço dos holandeses. Ele
chegara a Cunhaú no dia 15 de julho de 1645.A simples presença de Rabe e
dos tapuias era motivo para suspeitas e temores. Suas passagens por
aquelas paragens eram freqüentes, sempre acompanhado dos ferozes
tapuias, semeando por toda parte ódio e destruição.
No dia 16 de julho, Domingo, um
grande número de colonos estava na igreja, para a missa dominical
celebrada pelo Pároco, Pe. André de Soveral.Após a elevação da hóstia e
do cálice, erguendo o Corpo do Senhor, para a adoração dos presentes, a
um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da Igreja e se deu
início à terrível carnificina. Foram cenas de grande atrocidade: os
fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram
covardemente atacados e mortos pelo flamengo com a ajuda dos tapuias e
potiguares. Ao perceber que iam ser mesmo sacrificados, os fiéis não se
rebelaram. Ao contrário, ‘entre mortais ânsias se confessaram ao sumo
sacerdote, pedindo-lhe, com grande contrição, perdão de suas culpas.
Chacina de Uruaçu
Três meses depois aconteceu o martírio de mais 80 pessoas, e s empre pelas mãos
dos calvinistas holandeses. Entre elas estava o camponês Mateus
Moreira, que teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a
frase: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Isso aconteceu na
Comunidade de Uruaçu, em São Gonçalo do A marante (a 18
km de Natal.Também desta vez tudo aconteceu sob o comando de Rabe,
ajudado pelo chefe potiguar Antônio Paraopaba.A descrição da morte de
Mateus Moreira é o ponto mais expressivo de toda a narrativa de Uruaçu e
constitui um dos mais belos testemunhos de fé na Eucaristia, confessada na hora do martírio.
Um comentário:
Quase quatro séculos depois, embora os holandeses tenham sido expulsos, a situação não é muito diferente: o ódio reina e as chacinas continuam...
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