A ex-governadora Wilma de Faria faleceu às 23h40 desta quinta-feira
(15), aos 72 anos. Lutando contra um câncer há quase dois anos, ela não
resistiu e morreu na Casa de Saúde São Lucas.
Nascida em Mossoró,
Wilma era professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e
iniciou sua carreira política em 1979, quando comandou o Movimento de
Integração e Orientação Social (Meios) durante a gestão do então
governador Lavoisier Maia, com quem era casada à época. Em 1983, já com
José Agripino como governador, Wilma de Faria foi secretária de Trabalho
e Assistência Social do Estado, antes de disputar e ser eleita, em
1986, deputada federal para a Constituinte.
No entanto, foi em
Natal onde ela deixou sua principal marca como política. Em 1988, Wilma
foi eleita prefeita da capital potiguar, cargo que voltou a ocupar em
1997 e 2001.
Porém, em 2002, ela deixou o terceiro mandato na
prefeitura para disputar o Governo do Estado. Ela havia sido derrotada
na primeira tentativa, em 1994, mas foi eleita em 2002. Em 2006
conseguiu a reeleição Em março de 2010, Wilma renunciou ao cargo para
disputar o Senado Federal. Favorita a uma das duas vagas em disputa,
Wilma terminou na terceira colocação, sendo superada por Garibaldi Filho
e José Agripino. Em 2012, Wilma foi eleita vice-prefeita de Natal, na
chapa de Carlos Eduardo. Em 2014 tentou, mais uma vez, a eleição no
Senado, mas foi superada por Fátima Bezerra (PT). Em 2016, Wilma de
Faria foi eleita vereadora de Natal, pelo PTdoB. Durante o tratamento de
saúde, a parlamentar precisou se licenciar do cargo. As informações
sobre o velório e sepultamento ainda não foram divulgadas pela família.
Wilma
Maria de Faria nasceu em Mossoró, em 17 de fevereiro de 1945, filha do
casal Morton Mariz de Faria e Francisca Sales Paraguai Faria. Um dos
seus tio-avô paterno, foi Juvenal Lamartine de Faria, deputado federal
pelo Rio Grande do Norte de 1906-1926, senador em 1927 e governador do
estado de 1928 a 1930. Outro tio-avô foi Dinarte Mariz, chefe político
do Rio Grande do Norte nas revoluções de 1930 e 1932, senador de 1955 a
1956, governador de 1956 a 1961 e, novamente, senador de 1963 a 1984.
Apesar
dos antecedentes políticos, os interesses iniciais de Wilma de Faria
foram a família e a carreira acadêmica. Ainda jovem, casou-se com o
médico Lavoisier Maia, integrante de uma das famílias com atuação
política de destaque no Estado, via o senador Dinarte Mariz, a partir
dos governos militares instaurados em 1964. Do casamento, Wilma teve
quatro filhos: Lauro, Cinthia, Cristina e Márcia Maia (esta última é
deputada estadual)
Formada em Letras pela Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, em 1975, Wilma tornou-se professora-assistente do
Departamento de Educação do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFRN
e, em seguida, assessora da Secretaria de Educação e Cultura de Natal
de 1976 a 1977, e coordenadora de projetos e convênios da Pró-Reitoria
de Planejamento e Coordenação Geral da UFRN de 1977 a 1978. Nesse último
ano, na mesma universidade, concluiu o curso de especialização em
sociologia.
Em 1978, com a nomeação de Lavoisier Maia para o
governo do RN, Wilma passa a coordenar o Programa Nacional do
Voluntariado (Pronav), da Legião Brasileira de Assistência (LBA), e
presidiur o Movimento de Integração e Orientação Social (Meios) e a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Em 1979, no México,
participou como convidada especial, de seminário internacional sobre o
problema populacional na América Latina, além de fazer viagem de estudos
ao Centro Agronômico Tropical de Investigação e Ensino, em San José da
Costa Rica, a convite do Instituto Interamericano de Ciências Agrícolas.
Com
o restabelecimento das eleições diretas para os governos estaduais, em
1982, José Agripino Maia, do Partido Democrático Social (PDS), primo de
seu marido, é eleito para o governo do Rio Grande do Norte. Wilma é,
então, convidada para a Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social, além
de presidir a Fundação Estadual do Trabalho e Ação Comunitária e o
Conselho Estadual de Menores, funções que exerceu até o fim do governo.
É
com base nesta trabalho que o marido Lavoisier e o primo José Agripino a
lançam como candidata à prefeitura de Natal, nas eleições diretas de
1985. Filiada ao PDS, ela perde o pleito para o então deputado federal
Garibaldi Filho (PMDB). No ano seguinte,é eleita deputada federal a atua
na Assembléia Constituinte. Seus votos em temas relacionados a direitos
sociais e dos trabalhadores fizeram-na figurar entre os deputados nota
10, distinção concedida pelo Departamento Intersindical de Assuntos
Parlamentares (DIAP).
Fonte: Tribuna do Norte
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