A Folha de São Paulo destaca que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ministro
Henrique Eduardo Alves (Turismo) atuou para obter recursos desviados da
Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS.
Parte do dinheiro do esquema desbaratado pela Operação Lava Jato
teria abastecido a campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte
em 2014, quando ele acabou derrotado. A negociação envolveria o deputado
afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
As afirmações da Procuradoria constam do pedido de abertura de
inquérito para investigar os três, enviado no fim de abril ao Supremo,
mas até hoje mantido sob sigilo. No despacho obtido pela Folha, Janot
aponta que Cunha e Alves atuaram para beneficiar empreiteiras no
Congresso, recebendo doações em contrapartida.
“Houve, inclusive, atuação do próprio Henrique Eduardo Alves para que
houvesse essa destinação de recursos, vinculada à contraprestação de
serviços que ditos políticos realizavam em benefício da OAS”, escreveu
Janot.
“Tais montantes (ou, ao menos, parte deles), por outro lado, adviriam do
esquema criminoso montado na Petrobras e que é objeto do caso Lava
Jato”, completou.
É a primeira vez que Janot liga os repasses feitos para Alves aos
desvios ocorridos na Petrobras. O peemedebista foi ministro do Turismo
do governo Dilma e voltou ao cargo com Michel Temer. Como o processo se
encontra oculto, não há informações se houve decisão do ministro do
Supremo Teori Zavascki pela abertura do inquérito.
As suspeitas são de
corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário