O álcool é,
sem dúvida, a droga mais usada por adolescentes. Pesquisa realizada em
2012 pelo IBGE demonstrou que 50,3% dos alunos do 9º ano das escolas
brasileiras, privadas e públicas, já consumiram álcool pelo menos uma
vez na vida (sendo considerada experimentação uma lata de cerveja, uma
taça de vinho ou uma dose de cachaça/uísque). Esses estudantes, com
idade entre 13 e 14 anos, adquiriram as bebidas em casa, com amigos, ou
compraram em bares e supermercados. O álcool, assim como o tabaco,
é considerado porta de entrada para o mundo das drogas, com um risco
de progressão ao longo da vida, o que significa que a partir deste
primeiro contato pode-se partir para o uso de drogas cada vez mais
pesadas.
O abuso do álcool está associado a
maiores índices de situações de violência, como acidentes de trânsito,
roubos, abuso sexual, suicídios. A gravidez não planejada também é mais
frequente quando se faz uso de bebida alcoólica. Em adolescentes o
efeito das drogas é mais sério do que nos adultos, pois é necessária uma
dose menor de álcool para efeito deletério e o desenvolvimento da
dependência é mais frequente. Além disso, a substância atua em
indivíduos que ainda não estão totalmente formados, podendo interferir
diretamente na sua capacidade de comunicação, de memória e aprendizagem,
de julgamento, no humor, no processamento de novas informações e nas
relações interpessoais. Adultos que iniciaram o uso de drogas na
adolescência têm dificuldades em manter relacionamentos afetivos sem o
uso da substância e muitas vezes levam uma vida sem perspectivas.
O que faz com que o adolescente tenha um
comportamento de risco no que se refere às drogas é uma somatória de
diversos fatores, levando-se em conta o seu estágio de desenvolvimento
físico e psíquico, suas características pessoais e da família à qual
pertence.
O comportamento curioso é típico do
adolescente, mas quanto mais postergarmos o primeiro contato com o
álcool, menor a chance do desenvolvimento da dependência, pois seu
cérebro, ainda em formação, tem a área responsável pelo prazer e
recompensa muito ativa, enquanto a área responsável pelo planejamento e
prevenção de danos só amadurece totalmente em torno dos 24 anos. A
estimulação repetida do Sistema de Recompensa pelo álcool leva ao
consumo mais intenso e persistente, explicando porque os jovens adquirem
o vício mais facilmente do que os adultos.
Algumas características normais dos
adolescentes fazem com que eles estejam mais expostos aos riscos do que
nas outras faixas etárias, como o afastamento dos pais e a identificação
com os amigos, cedendo facilmente à pressão do grupo. Experimentar
novas situações com o objetivo da busca pela identidade adulta é
esperado, mas o uso de drogas pode vir a fazer parte desta
experimentação, de forma passageira ou não. Do ponto de vista
individual, a insatisfação com suas atividades, a insegurança, a
sensação de não fazer parte de um grupo e a autoestima baixa são
características frequentemente encontradas em adolescentes usuários de
drogas. Jovens tristes, angustiados ou ansiosos também apresentam mais
chances de se apoiarem na bebida.
O ambiente familiar influencia muito,
tanto negativamente quanto positivamente. Existe um risco genético para
o alcoolismo, filhos de pais alcoólatras têm 4 vezes mais chance de
desenvolver a dependência do que os demais. O exemplo dos pais é
fundamental, lares nos quais a bebida alcoólica faz parte do dia a dia
ou onde os filhos presenciem com frequência seus parentes embriagados
geram jovens mais susceptíveis a repetirem estes comportamentos. Por
outro lado famílias com regras claras, que ensinam seus filhos a terem
limites e lidarem com as frustrações estão fazendo prevenção ao uso de
drogas, pois ao contrário, jovens que não se acostumaram a ouvir o não
na infância tendem a repetir o padrão desafiador que tinham dentro de
casa e sentem-se inseguros e frustrados diante das negativas que o mundo
lhes dá, recorrendo às drogas como solução para seus sentimentos ruins.
Portanto a prevenção do uso do álcool na
adolescência deve começar dentro de casa, desde a primeira infância. O
bom exemplo dos pais, em um ambiente com regras claras, diálogo aberto e
acolhimento são os principais pilares para a formação de jovens
saudáveis e livres do alcoolismo. Atitudes como o estímulo aos esportes e
às atividades sociais são benéficas, assim como o reforço positivo, que
gera autoestima elevada e a vontade de ser alguém na vida.
Fonte: Yahoo
Fonte: Yahoo
Nenhum comentário:
Postar um comentário