A Secretaria de Estado da Justiça e da
Cidadania (Sejuc) iniciou a instalação das torres de bloqueio de sinal
de telefonia celular nos arredores da Penitenciária Estadual de
Parnamirim (PEP), na Região Metropolitana de Natal. A medida chamou a
atenção de presos custodiados na unidade prisional que, além de
fotografarem as estruturas, enviaram áudios em redes sociais convocando
os membros do Sindicato do Crime para “botar o bang pra funcionar em
todo o Estado”.
O titular da Sejuc, Wallber Virgolino da Silva
Ferreira, negou que as torres bloqueiem o sinal de telefonia móvel,
destacando que elas abrigarão sistemas de videomonitoramento por
infravermelho para dar mais segurança ao presídio. Entretanto, fontes da
TRIBUNA DO NORTE que atuam na Sejuc confirmaram que os equipamentos
são, de fato, para bloquear o sinal de telefonia celular.
Em um
dos áudios que circulam nas redes sociais desde a tarde de ontem, um
suposto apenado que se identifica como “Cabeça do Acre” diz: “Aí! Então,
família. Forte abraço aí do irmão Cabeça do Acre. Aí, então: tô
mandando essas fotos pros irmão (sic) aí para antecipar aí a torre de
bloqueio de celular que estão colocando aqui no PEP. Tão entendendo? Os
irmão fique aí ciente que qualquer bloqueio, qualquer pá (sic) aí, vamo
botar o bang pra funcionar. Firmeza? O estado todo geral, tremer geral.
Firmeza? É nóis aqui na fita, mano. Estamos junto”, frisou o homem.
Agentes penitenciários que atuam na custódia dos presos no PEP e em
outras unidades prisionais mantidas pela Sejuc relataram que o clima nas
penitenciárias é tenso e que há um “salve geral” em articulação que
pode ocorrer neste fim de semana.
À TN, o secretário Wallber
Virgolino disse que as torres não são para bloqueio de sinal de
telefonia móvel. “Não são torres de bloqueio de celular. São torres para
instalação de câmeras de videomonitoramento, inclusive, com
infravermelho”, assegurou. Sobre os áudios que circulam nas redes
sociais convocando os presos para rebeliões simultâneas, como as
ocorridas em março de 2015, Wallber Virgolino disse que tinha “ouvido
vários”, mas que não dará vez a “vagabundo”. “A estratégia está montada.
Se agirem como estão dizendo, iremos dar uma resposta dura. Não iremos
admitir nenhum vagabundo tirar onda com o Estado”, afirmou. Indagado
sobre a instalação das torres de bloqueio de sinal de celular, visto que
ele negou que os equipamentos fotografados pelos presos tivesse tal
fim, ele assegurou que “dependiam de assinatura de contratos”.
A
instalação das torres de bloqueio de telefonia celular no PEP ocorre
quase dois meses após o previsto inicialmente pela Sejuc. O processo,
inclusive, foi iniciado pelo ex-titular, Cristiano Feitosa, hoje
respondendo pela Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos
Humanos (Searh). Em reportagem publicada no dia 20 de maio passado, a
expectativa era de que a primeira fase do processo estivesse concluída
no dia 5 de junho passado. A empresa responsável pelo serviço é a Neger
Tecnologia e Sistemas Ltda., que executa o mesmo trabalho em prisões
administradas pelo Governo de São Paulo. O bloqueio dos sinais de
celular no PEP custará R$ 29 mil mensais à Sejuc. O diretor do PEP não
foi localizado para comentar o assunto.
As próximas unidades a
receberem os bloqueadores, conforme planejamento da Sejuc, são: Pavilhão
Rogério Coutinho Madruga e Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia
Floresta; Penitenciária Estadual de Caícó; Complexo Penal Agrícola Dr.
Mário Negócio, em Mossoró. A instalação de câmeras de monitoramento
eletrônico está com o processo de licitação aberto e deverá contemplar
equipamentos para a Cadeia Pública de Natal e o Complexo Penal Dr. João
Chaves, na zona Norte de Natal; para a sede da Sejuc, no Centro
Administrativo e para a Penitenciária Estadual de Alcaçuz.
Fonte: Tribuna do Norte
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