Meninas querem ser
mulheres. Assim como meninos querem ser homens. Quando somos crianças
olhamos para os adultos com admiração. Queremos fazer parte daquele
mundo que nos parece tão distante e interessante. Como crescer leva
tempo passamos a copiar nossos modelos. Meninas passam a se vestir como
adultas, agir como tal, mas suas cabeças continuam sendo de criança. E
isso é muito importante de ser lembrado, ainda mais no Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Uma menina de 13 ou 14 anos já se parece com uma mulher. Seu corpo já
tem curvas, ela tem seios formados, se veste como uma adulta e age como
tal. Mas e a cabeça dela, é de adulta? Ela sabe lidar com as coisas como
uma mulher? Não. Ela é uma criança brincando de ser gente grande. Ela
ainda não consegue tomar decisões como uma mulher. Ela é igualzinha a
menina de 4 anos que calça o salto alto da mãe e desfila pela casa de
batom borrado.
É claro que a menina adolescente acha que é
adulta. Eu achava e aposto que você também. Mas olhando para trás vemos
que as coisas não são bem assim. E crianças precisam de proteção. Quem
dá a proteção é o adulto. Mas o que fazer quando esse mesmo adulto é o
que abusa e explora sexualmente?
Em 2014 foram registradas mais de 24 mil denúncias de violência sexual
no país. E nesse número estamos falando de meninos e meninas de todas as
idades, dos que são estuprados em casa aos que são prostituídos ou
vendidos para o tráfico de pessoas. Em 2011 foram analisados 12 mil
casos de estupro e mais da metade das vítimas tinha menos de 13 anos de
idade e 15% dos estupros foram cometidos por dois ou mais agressores.
Crianças têm, sim, uma sexualidade latente, mas ela é o primeiro passo
da descoberta, ela deve ser vivenciada com pessoas da mesma maturidade,
que passam pelos mesmos medos e inseguranças da adolescência. A
sexualidade da criança não é a mesma que permeia a vida do adulto e é
importante entender isso e denunciar quem age contra.
Uma menina se torna mulher quando ela, legalmente, tem idade para
responder por seus atos. Uma menina ou menino não devem se relacionar
com adultos. Muito menos sexualmente.
O argumento mais comum é
dizer que a criança sabe o que está fazendo, que ela provocou. Crianças
brincam, elas não provocam. Aquilo, para ela, é parecer uma adulta, é
brincar de faz de conta. Muitas vezes ela nem imagina o próximo passo. E
mesmo quando imagina, nem sonha com as marcas que aquilo pode deixar em
sua vida exatamente por ser criança.
Quem está apto a tomar decisões adultas é o próprio adulto. E colocar a
culpa da violência sexual em uma criança é, além de tudo, extremamente
baixo. Adultos devem ser responsabilizados por seus atos judicialmente,
crianças ficam de castigo e aprendem com amor.
Fonte: Yahoo
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